Publicado em Metodologias Ágeis, Scrum

O Backlog do Produto e a arte da User Story

Pesquisando sobre o framework Scrum você, certamente, já deve ter lido algo do tipo: “O Backlog do Produto contém as funcionalidades do novo produto solicitadas pelos usuários” ou ainda “Os requisitos para o produto que o time está dsenvolvendo estão listados no Backlog do Produto”. Esses, caso você não saiba, são conceitos equivocados ou que podem gerar diferentes interpretações.

Segundo Mike Cohn,  user story é uma pequena e simples descrição de uma funcionalidade dita da perspectiva da pessoa que deseja a nova capacidade, usualmente um usuário ou cliente do sistema. Em outras palavras, o Backlog do Produto deve conter as necessidades dos usuários ou clientes e não as funcionalidades do sistema. Trata-se de uma mudança de paradigma quando comparado ao modelo criado pelo PMI (Project Management Intitute) para gestão de projetos. E é esse um dos papéis do Product Owner: traduzir as necessidades do cliente, através do Backlog do Produto, em uma linguagem  não-técnica compreensível por todas as pessoas envolvidas no projeto.

Para compreender melhor essa mudança de paradigma vamos exemplificar. Observe atentamente a história abaixo:

 

Vantagens do uso do template para User Story

“Como um <ator>, eu gostaria de <ação>, para <objetivo>.”

Você, caro leitor, pode estar agora se perguntando. Mas qual o motivo de usar esse template sempre que eu for escrever uma user story? Pesquisando sobre o assunto, descobri que existem duas razões principais pelas quais esse template se torna tão importante (fonte: mountaingoatsoftware.com).

Razão 1: A magia dos pronomes

Algo mágico acontece quando as exigências são colocadas na primeira pessoa. Obviamente, dizendo: “Como tal e tal, eu quero …” você pode ver como a mente da pessoa vai imediatamente imaginar seus desejos. Paul McCartney foi entrevistado e perguntado sobre por que as canções dos Beatles foram tão incrivelmente populares. Uma de suas respostas foi que suas músicas estavam entre os primeiros a usar um monte de pronomes. Pense nisso: She Loves You, I Want to Hold Your Hand, I Saw Her Standing There, etc. Seu ponto era que essas pessoas passaram a se identificar mais de perto com as canções. Assim acontece nas user stories.

Razão 2: Estrutura a serviço do Product Owner

A estrutura do template ajuda o Product Owner a priorizar as histórias dos usuários. Se o product backlog é um amontoado de coisas como Permita controlar exceção, Permita que os usuários façam reservas, Os usuários querem ver fotos, e assim por diante, o Product Owner tem que trabalhar muito mais para entender o que o recurso é, quem se beneficia a partir dele, e qual o valor dele.

DICA

Muitas pessoas alegam que esse modelo acaba suprimindo o conteúdo da informação devido ao uso de tantos clichês. Se você também concorda com esse pensamento, sugiro que faça o seguinte. Organize seu Backlog do Produto em um tabela com o seguinte cabeçalho. “Como”, “eu gostaria”, “para”. Isso facilita o modo de leitura e compreensão das necessidades. Veja o exemplo abaixo:

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Autor:

Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e Pós-Graduado em Gestão de Projetos de Software pela Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe (FANESE) e Gestão e Liderança de Pessoas pela Universidade Tiradentes (UNIT). É certificado PMP pelo PMI, ITIL v3 Foundation pelo EXIN e COBIT 5 Foundation pela APMG. Possui experiência de 5 anos nas áreas de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do setor público e privado. Atualmente trabalha no Banco do Estado de Sergipe (BANESE), onde já desenvolveu atividades de análise de processos e gerenciamento de projetos no Escritório de Gerenciamento de Demandas, Projetos, pertencentes à Área de Governança de TI. Dentre elas, destacam-se a gestão do projeto de implantação do PMO de TI e suporte no gerenciamento de outros projetos. Atualmente, exerce a função de gerente de projetos no PMO Corporativo do BANESE planejando e executando projetos estratégicos da organização. Ministrou aulas de Sistema de Gerenciamento de Projetos em cursos de MBA da FANESE. É membro do PMI-SE onde já atuou como voluntário em eventos, ministrando curso de Gestão do Tempo em Projetos. É proprietário e articulista do site "Gestão de Projetos Ágeis" www.danielettinger.com, onde divulga trabalhos pessoais na área de Gerenciamento de Projetos e Metodologias Ágeis como artigos, v

6 comentários em “O Backlog do Produto e a arte da User Story

  1. Parabéns pelo post, realmente ilustra bem o conceito de backlog, sem contar também que representa muito bem a única coisa que o Scrum pede com relação aos requisitos que é uma boa granularidade do item para que possa facilitar ao Time seu entendimento e estimativa, nisso a User Story ajuda muito.

    Outra coisa interessante que precisamos pensar é que não é aconselhável deixar um US sem o seu “por que”, sem o “para”, pois isso ajuda ao Product Owner a encontrar o valor de negócio agregado e facilita na priorização do backlog, vejo nos projetos que trabalho resultados muito positivos nesse sentido.

    O legal é que uso o por que para subir a prioridade da US no bakclog e o “como” para baixar, porque se ele sabe o real valor de negócio que aquela US traz para o produto mas não sabe ainda “como” ele quer aquilo, muito provavelmente no Planning Meeting com o Time ele não ira conseguir definir nem explicar para o Time como ele quer aquilo funcionando no produto.

    Bom, isso não é a verdade absoluta é apenas o meu sentimento com relação aos trabalhos que realizei.

    Parabéns mais uma vez pelo post.

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