O Gerenciamento do Valor Agregado é uma metodologia utilizada para integrar escopo, cronograma e recursos em gerência de projetos. Permite medir o desempenho e o progresso do cronograma do projeto e assim, planejar ações responsáveis por realinhar esse cronograma, caso necessário. Essas ações são planejadas baseadas em indicadores que sinalizam o impacto da variação do cronograma do projeto.
- Variação de Prazo (VPR)
- Índice de Desempenho de Prazo (IDP)
Para compreender melhor a utilização desses indicadores irei apresentar um case prático onde você poderá acompanhar todo o processo de Gerenciamento do Valor Agregado, desde a sua análise até o planejamento das ações corretivas.
Vamos imaginar o projeto de Construção de um Galpão. Neste momento, é preciso construir as paredes deste espaço. Serão 4 paredes num total, com a mesma metragem. Sendo assim, foi contratada uma empresa especializada. De acordo com o contrato, a empreiteira tem apenas um dia para construir cada parede com um orçamento limitado a R$1000 por parede. No cenário ideal, ao final de 4 dias todas as paredes terão sido erguidas respeitando os limites orçamentários planejados.
O planejamento da empreiteira foi construir as paredes de forma sequencial, uma após a outra, como mostra a figura abaixo.
Ao final do primeiro dia Pedro, o gerente do projeto, foi conferir junto a equipe o progresso do trabalho. Ele queria verificar quantos metros de parede foram devidamente construídos em relação ao planejado e quanto foi realmente gasto. Definiu que esse procedimento seria realizado ao final de cada dia para fins de controle.
O Valor Agregado (VA) é aqui representado pelo total de parede construída com relação ao planejado. O total realmente gasta representa o Custo Real (CR). Segundo [1], “o valor agregado é expresso em valores monetários e é calculado com base no progresso físico do trabalho planejado (% concluído)”. Dessa forma, o GP Pedro obteve os seguinte resultados:
Observe no gráfico abaixo como o Gerenciamento do Valor Agregado cumpre o que promete! “…integra escopo (o quanto de trabalho foi realmente realizado em relação ao planejado), prazo (como foi originalmente planejado) e custo (o quanto foi efetivamente gasto) do projeto, constituindo-se em uma importante ferramenta para determinar o desempenho do projeto ” [1].
O gráfico mostra que, ao final do primeiro dia de trabalho, foi agregado ao projeto menos valor do que o planejado. Isso indica a existência de algum problema de desempenho. Outro fator preocupante é que o custo real gasto no primeiro dia de trabalho fora maior do que o valor agregado. Esse é um forte indicativo de estouro de orçamento ao final do projeto. Para detalhar melhor os problemas existentes no projeto em andamento vamos agora calcular os dois indicadores essenciais para o Gerenciamento do Valor Agregado.
Variação de Prazo (VPR)
Ao final do primeiro dia, Pedro verificou que o projeto teve uma VPR = -R$200,00. Isso significa que o projeto encontra-se atrasado! O valor R$200,00 é a quantidade de escopo (em termos monetários) que deveria ter sido construído, mas não foi.
Índice de Desempenho de Prazo (IDP)
O IDP mede a velocidade com que o trabalho está sendo executado em relação ao que foi planejado.
Esse resultado nos mostra que, ao final do primeiro dia, o projeto concluiu apenas 80% do total das tarefas planejadas. Esse valor indica que o projeto corre sérios riscos de atrasos de entrega do produto. É nesse momento que o gerente do projeto deverá tomar ações corretivas para realinhar o projeto com sua linha de base do tempo. Para isso ele poderia, por exemplo, alocar profissionais mais experientes e que aceitassem a remuneração já estabelecida para a mão-de-obra. Dessa forma, as tarefas seriam, teoricamente, concluídas com mais agilidade e o orçamento final no término (ONT) não seria alterado, cumprindo assim as metas estabelecidas no plano original.
A aplicação da técnica de valor agregado no projeto requer uma maturidade avançada em gerenciamento de projetos. Esses exemplos de paredes e cercas, tal como os exemplos didáticos da Rita Mulcahy, escondem a necessidade de informação e controle requerido dos projetos. Um bom exemplo disso é ter que transformar tudo em dinheiro para a aplicação das técnicas de EVA, inclusive o valor dos recursos em estoque. Por isso ocorrem fracassos e decepções ao se tentar aplicar EVA em empresas e/ou equipes com pouca ou nenhuma experiência em GP.
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Obrigado por complementar o post Guilherme. Tentei colocar apenas um case didático para um melhor entendimento dos leitores e para dispertar o interesse num estudo mais profundo. Até porque existem livros inteiros dedicados a esse tema.
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Olá, se eu preciso somente aferir a evolução de um projeto quanto ao percentual concluido em relação ao tempo planejado, e só tenho duas variavéis: o tempo de cada tarefa e quantidade de tarefa. Como poderia fazer o indicador para me dar a evolução do projeto?
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Prezada Meire, como falei anteriormente “O Gerenciamento do Valor Agregado é uma metodologia utilizada para integrar escopo, cronograma e recursos em gerência de projetos”. No seu caso, você dispõe apenas de informações de escopo e tempo. Calcule o valor agregado através da variável escopo. Por exemplo, se ao final da primeira semana foram planejadas a conclusão de 4 tarefas, porém apenas duas foram concluídas significa o Índice de Desempenho de Prazo é de apenas 0,5. Isso indica que o projeto está atrasado e medidas corretivas devem ser tomadas para realinhar o projeto ao que foi planejado inicialmente.
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Daniele, Só não entendi onde você calculou o custo real, ou é um valor fornecido?
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Mateus, trata-se de um valor fornecido.
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