Publicado em Gerenciamento de Projetos

Business Model Generation: a alma do negócio

O cenário apresentado acima é uma situação comum no dia-a-dia de qualquer organização que, através de ideias inovadoras, busca aumentar sua competitividade no mercado. Porém, muitas delas não logram êxito pois não conseguem organizar suas ideias e decidir o que pode gerar valor para seus clientes. Para contornar tal situação o ideal é criar o Modelo de Negócios. Segundo Yuri Gitahy, fundador de uma empresa de consultoria, “modelo de negócios é a forma como uma empresa cria, entrega e captura valor… é a fórmula que transforma time, produto e gestão em receita, lucros e retorno para os acionistas”.

BMG, acrônimo para Business Model Generation, é uma poderosa ferramenta de gerenciamento estratégico, a qual possibilita esboçar ou construir modelos de negócio novos ou existentes. Trata-se de um mapa mental pré-formatado em nove seções que apresentam informações vitais sobre o modelo de negócio. Foi originalmente proposto por Alexander Osterwalder, o qual baseou-se em seu trabalho anterior sobre Business Model Ontology.

Figura 1 - Business Model Generation. Fonte: Prática Blog.
Figura 1 – Business Model Generation. Fonte: Prática Blog.

Dispostos estrategicamente em blocos correlacionados a propósitos específicos, o Business Model Canvas, como também é conhecido, é utilizado para sistematizar ideias de forma lógica, objetiva e ágil. Por outro lado, o plano de negócios é um documento que possui informações mais detalhadas sobre o negócio proposto e indicado para ser construído somente após a definição do modelo inicial. Sendo assim, o BMC não deve ser confundido com o plano! É importante ressalvar que o canvas não é estático e deve ser constantemente aprimorado com novas informações. Para tanto, ele é construído com o uso de post-its facilmente inseridos e removidos da tela.

Criando o Modelo de Negócios

Primeiramente é preciso pensar em uma solução para um problema que se apresenta e aparentemente não existem soluções tangíveis. Em seguida, identificamos quem irá se beneficiar com a resolução do problema, em outras palavras, quem é o nosso cliente. Posteriormente, devemos pensar em um produto ou serviço que possa solucionar o problema e, consequentemente, gerar valor para o cliente, foco do modelo de negócio proposto. Vamos imaginar que tivemos a ideia de criar um Escritório de Projetos dentro de uma organização matricial, o qual deverá equacionar problemas como gestão integrada do portfólio, alocação de recursos, gerentes de projeto com baixa capacitação, etc. Vejamos em detalhes cada um dos 9 (nove) blocos do canvas.

1 – Segmento de Clientes

Para quem deve ser gerado valor. São pessoas, grupos e organizações que terão suas necessidades atendidas.

Gerentes de Projetos
Diretores
Equipes de GP
Gerentes Funcionais
Toda a organização

 

2 – Proposta de Valor

São criadas propostas que resolvam o problema e atendam a determinadas necessidades dos clientes. Para cada segmento de cliente deve existir ao menos uma proposta de valor para atender às suas expectativas.

Informar o status dos projetos. Diretores
Desenvolver e implementar a metodologia de gerenciamento de projetos. Gerentes de Projetos e equipes de GP
Desenvolver as competências dos profissionais. Gerentes de Projetos
Gerenciar e integrar projetos do portfólio da organização. Diretores
Maior probabilidade de alcançar os objetivos estratégicos. Diretores
Promover o gerenciamento de projetos dentro da organização. Toda a organização
Implementar, customizar e operar Sistemas de Informação de Gerenciamento de Projetos (SIGP). Gerentes de Projetos e Gerentes Funcionais.

3 – Canais

Meios pelos quais suas propostas de valor serão distribuídas, comunicadas e vendidas aos seus clientes. Para cada segmento de cliente deve existir ao menos um canal de entrega de valor.

E-mail, SIGP, Intranet e reunião mensal. Diretores
E-mail, SIGP, Intranet, reunião quinzenal e treinamentos. Gerentes de Projetos
E-mail, SIGP, Intranet. Gerentes Funcionais
E-mail, SIGP, Intranet e treinamentos. Equipe de GP
E-mail, SIGP e Intranet. Toda a organização

4 – Relacionamento com os Clientes

É a forma de estabelecer o relacionamento e o objetivo de enriquecer os laços entre os clientes e os serviços prestados.

Assistência pessoal e auto atendimento (dashbords). Diretores
Assistência pessoal e auto atendimento (software). Gerentes de Projetos
Cocriação de ideias. Gerentes Funcionais
Auto atendimento (software). Equipe de GP
Cocriação de ideias. Toda a organização

5 – Fluxo de Receita

Representa a forma como será gerado valor para os clientes, ou seja, como as propostas de valor geram receitas.

Redução de custos.
Homem-hora de serviços prestados (capacitação e consultoria).
Aumento da produtividade.

6 – Recursos Chaves

São os recursos a serem utilizados para entregar as propostas de valor aos clientes. Podem ser recursos humanos, materiais, financeiros e intelectuais.

Gerente do PMO
Equipe do PMO
Sistema de Informação de Gerenciamento de Projetos (SIGP)
Software BPM
Salas de reunião
Máquina virtual
Computadores
Templates de GP
Livros de Gerenciamento de Portfólio, Programas e Projetos.

7 – Atividades Chaves

Representam todas as tarefas necessárias para construir os canais de entrega, manter os relacionamentos fortes e atender às propostas de valor.

Distribuir informação.
Capacitar os gerentes de projetos.
Desenvolver / Evoluir a metodologia de gestão de projetos.
Prover ferramentas.
Selecionar e priorizar projetos.

8 – Parcerias Chaves

Conjunto de pessoas, grupos ou organizações que podem contribuir para o funcionamento do seu modelo de negócio.

Fornecedor de SIGP
Área de TI
Áreas de Negócio
Patrocinadores

9 – Estrutura de Custos

Representa os custos necessários para construir e manter todo o modelo de negócio existente ou proposto. Não são representados em termos numéricos e sim descritivo.

Infraestrutura.
Softwares: SIGP e BPM.
Salários dos Recursos Humanos.
Treinamentos (fornecedor).
Aquisição de livros e computadores.
Figura 2 - Business Model Canvas: Implantação do PMO
Figura 2 – Business Model Canvas: Implantação do PMO

Facilitar a concepção do modelo de negócio e estruturar serviços de forma adequada são benefícios diretos da aplicação do Business Model Generation. Por meio do exercício de elaboração dos nove elementos fundamentais do BMC, os participantes discutem o modelo até chegar a um entendimento comum que favoreça a entrega de valor aos clientes. Assim, as ações convergem para atender às necessidades de quem realmente precisa e as chances de sucesso se potencializam.

Bibliografia

  • OSTEWALDER, Alexander. Business Model Generation – Inovação em Modelos de Negócios: um manual para visionários, inovadores e revolucionários / Alexander Ostewalder e Yves Pigneur. – Rio de Janeiro, RJ: Alta Books, 2011. 300p. : il.
  • REIS, Thiago. Como utilizar o Business Model Canvas para planejar um PMO que gere valor para a organização. Disponível em <http://goo.gl/uBmGT1>. Acesso em 01 de Junho de 2015.
  • JOSELI, Mendonça. 9 simples passos para você criar o seu modelo de negócios (CANVAS). Disponível em <http://goo.gl/4OjTBK>. Acesso em 01 de Junho de 2015.
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Autor:

Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e Pós-Graduado em Gestão de Projetos de Software pela Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe (FANESE) e Gestão e Liderança de Pessoas pela Universidade Tiradentes (UNIT). É certificado PMP pelo PMI, ITIL v3 Foundation pelo EXIN e COBIT 5 Foundation pela APMG. Possui experiência de 5 anos nas áreas de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do setor público e privado. Atualmente trabalha no Banco do Estado de Sergipe (BANESE), onde já desenvolveu atividades de análise de processos e gerenciamento de projetos no Escritório de Gerenciamento de Demandas, Projetos, pertencentes à Área de Governança de TI. Dentre elas, destacam-se a gestão do projeto de implantação do PMO de TI e suporte no gerenciamento de outros projetos. Atualmente, exerce a função de gerente de projetos no PMO Corporativo do BANESE planejando e executando projetos estratégicos da organização. Ministrou aulas de Sistema de Gerenciamento de Projetos em cursos de MBA da FANESE. É membro do PMI-SE onde já atuou como voluntário em eventos, ministrando curso de Gestão do Tempo em Projetos. É proprietário e articulista do site "Gestão de Projetos Ágeis" www.danielettinger.com, onde divulga trabalhos pessoais na área de Gerenciamento de Projetos e Metodologias Ágeis como artigos, v

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