Publicado em Comunicações, Custos, Gerenciamento de Projetos, Tempo

A Curva S e seu potencial analítico

“Como posso identificar desvios e tendências em meus projetos?” Certamente você, como gerente de projeto, já deve ter feito para si a mesma pergunta. Muito provavelmente, para responder a essa pergunta, já se viu debruçado em um cronograma analisando dezenas de datas e custos, comparando valores planejados e reais a fim de obter uma estimativa de progresso e tendências para o decorrer do projeto. Isso é algo comum para quem desconhece a curva S e seus benefícios. Mas afinal, o que é uma curva  Continuar lendo “A Curva S e seu potencial analítico”

Publicidade

Resultado da Enquete: “Na sua opinião, qual é a área de conhecimento mais importante do Gerenciamento de Projetos?”

Análise

Pelo resultado da enquete é possível observar que a maioria dos leitores desse blog que votaram (28% – 27 votos), acreditam ser o Escopo a área de conhecimento mais importante do Gerenciamento de Projetos.  Isso deve-se ao fato de que um escopo mal definido, pode por em risco todo o sucesso de um projeto. Em segundo lugar, figura a área das Comunicações como sendo a mais importante com 25 votos (26%). Não basta ter um escopo bem definido, é preciso que os stakeholders tenham uma boa comunicação durante o decorrer do projeto. Saber o que comunicar, a quem, através de que meio é fundamental para garantir que as informações sobre o projeto cheguem as interessados de maneira adequada. Isso pode ser apoiado com a definição e uso da Matriz de Comunicação. Logo em seguida, a área de Integração aparece como a mais relevante obtendo 9 votos (9%) . À área de integração cabe a tarefa de articular as partes interessadas para que objetivos do projeto sejam atingidos. Mais atrás e não menos importantes, aparecem empatadas as áreas de Gerenciamento de Riscos e Gerenciamento da Qualidade com 8 votos cada (8%). Gerenciar os riscos do projetos, eliminando-os ou mitigando-os, é fundamental para evitar que o imponderável coloque em xeque o sucesso do projeto. Do mesmo modo, gerenciar a qualidade é garantir que o produto seja desenvolvido corretamente segundo suas especificações e dentro dos padrões exigidos pelo mercado, cada vez mais competitivo. Por fim, aparecem as áreas de Custos, Tempo e Aquisições com 6 (seis), 6 (seis) e 0 (zero) votos, respectivamente.

Publicado em Custos, Escopo, Gerenciamento de Projetos, Tempo

Aplicando APF em contratos de desenvolvimento de software – Parte 2

No post anterior, vimos as três modalidades de contratação de desenvolvimento de software: homem/hora, preço global fixo e preço unitário. Vimos ainda que podemos utilizar a análise de pontos de função para preencher lacunas deixadas por esses modelos. Porém, ao utilizarmos a APF nesses contratos, surge a seguinte questão: o ponto de função mede funcionalidades fornecidas ao usuário e não trabalhos como análise, projeto, codificação ou testes. Assim, como remunerar o fornecedor por atividades específicas de projeto? A resposta é simples. “Estratificando” o ponto de função através do esforço médio (conexto organizacional) utilizado em cada fase.

Fonte: SERPRO.

Exemplo: Projeto de 1.000PF à 100,00R$/PF (valor total do projeto – R$100.000,00). Após a conclusão da análise de requisitos o fornecedor será remunerado em R$20.000,00.

Mas afinal, qual o preço de um Ponto de Função?

Essa é uma questão bastante intrigante e que merece uma análise mais detalhada. [Vasquez, 2008] interpreta da seguinte forma.

“Uma comparação muito comum de ponto de função é com o metro quadrado da construção civil. Ao se perguntar o preço do metro quadrado a um corretor de imóveis, certamente ele fornecerá não um, mas vários  preços: de acordo com a região, tipo de acabamento, infra-estrutura adicional do imóvel, etc.  Com ponto de função a situação é bem parecida. O preço irá variar de acordo com o trabalho requerido para a construção de um ponto de função e dos subprodutos a serem também entregues.”

 

“… não existe um preço único para ponto de função. Deve-se avaliar o conjunto de atividades relativas à entrega das funcionalidades medidas em pontos de função, o modelo de contrato que ditará a remuneração de um ponto de função e também os aspectos não funcionais que são desconsiderados na medição dos pontos de função.” [VASQUEZ, 2008].

Fator de Crescimento na orçamentação do projeto

Projetos e imprevisilidades são fatores que caminham juntos sempre! Sendo assim, urge a necessidade de flexibilizar o tratamento de variações de escopo. Porém existindo um orçamento limitado para o contrato, é recomendável calcular um fator que corresponda à cultura organizacional em questão. Esse é o fator de crescimento de projetos.

Simplifique esse cálculo separando os projetos por similaridades. Em seguida, defina dois pontos de medição: após a conclusão da especificação e após a sua implantação. Crie uma média ponderada que apresente o percentual de variação de cada grupo e aplique a novos projetos similares. Isso criará uma margem de erro que pode evitar conflitos em prazos estabelecidos com o cliente.

Conclusão

Tentei aqui, caro leitor, elucidar os principais pontos os quais demonstram que pontos de função podem ser um instrumento bastante eficaz para a medição de contratos. Porém é fundamental conhecer bem o processo de contagem para poder utilizá-lo da melhor forma. Nem sempre os pontos de função são adequados. Dependerá muito do contexto organizacional. Assim, cabe a você, identificar suas necessidades e aplicar seu conhecimento em prol do sucesso dos seus projetos, sejam eles profissionais ou pessoais. Esse é o papel de qualquer bom gerente de projetos!

 

Publicado em Custos, Escopo, Gerenciamento de Projetos, Tempo

Aplicando APF em contratos de desenvolvimento de software – Parte 1

Introdução

Certamente você, caro leitor, já deve ter ouvido falar sobre contratos firmados e mal sucedidos. Especialmente na esfera do desenvolvimento de software. Analisando mais detalhadamente esse problema, é possível identificar diversos aspectos que contribuem para a concretização dessa situação. Dentre os mais comuns podemos destacar:

  • Requisitos especificados de forma incorreta ou ambígua;
  • Estimativas não confiáveis (falta de mão-de-obra qualificada);
  • Domínio do problema mal compreendido;
  • Constante mudança de requisitos;
  • Pressões externas não gerenciadas.

Em seguida, irei apresentar as três modalidades de contratação mais comuns na área de desenvolvimento de software: homem/hora, preço global fixo e preço unitário. Apresentarei suas vatagens e desvantagens do pontos de vista do cliente e como a APF (Análise de Pontos de Função) pode ajudar a obter benefícios em cada caso.

Homem/Hora

Também conhecida como body shopping ou time material, na contratação homem/hora a empresa contrata profissionais para a alocação no desenvolvimento do software, usualmente em conjunto com sua própria equipe, e utilizando sua própria infra-estrutura logística.

  • Vantagens
    • Grande flexibilidade para ambos os lados, pois a contratante pode atender mais rapidamente aos picos de demanda, enquanto a contratada pode ser melhor remunerada caso haja um aumento de escopo e consequente aumento de esforço (horas trabalhadas).
  • Desvantagens
    • Subutilização dos profissionais contratados, à medida que a demanda de serviços diminui (prazo de contrato fixo);
    • Contratante responsável pela produtividade dos contratados;
    • Remuneração não vinculada à produtividade.

    Podemos aplicar a APF para monitorar a produtividade da equipe, levando em consideração dois fatores: esforço (horas) e resultados (pontos de função). Sendo P = PF/E, podemos criar um gráfico mensal que represente o desempenho da equipe. A partir daí podemos tomar medidas estratégicas que visem alinhar o trabalho com as expectativas de negócio da empresa. O quadro abaixo, retirado do livro Análise de Pontos de Função: Medição, Estimativas e Gerenciamento de Projeto de Software, ilustra as vantagens e desvantagens dessa técnica.

Preço Global Fixo

Essa é uma modalidade bastante comum em contratos de prestação de serviços, pois privilegia a abordagem de projeto, com um início e fim bem definidos. Exige maior nível de organização tanto da contratante como do contratado.

  • Vantagens
    • O contratante sabe quanto vai pagar após a conclusão do projeto.
  • Desvantagens
    • Geralmente ocorre uma subestimação ou superestimação do orçamento proposto.
    • Provável necessidade de renegociação de contrato.

    A APF, nesse caso, seria utilizada como um fator de normalização. A contratante pode dimensionar o projeto originalmente contratado e calcular o valor unitário cobrado pela contratada com base na contagem de pontos de função do projeto inicial. Assim, qualquer serviço adicional poderia ter seu custo estimado e ser contestado pela empresa contratante caso o valor cobrado seja bem diferente do calculado.

Preço Unitário

Modelo que define remuneração para o fornecedor a partir dos elementos do projeto: tela, relatório, tabela, caso de uso, linha de código, stored procedure ou ponto de função. Procure equilibrar as deficiências dos modelos anteriores.

  • Vantagens
    • Em caso de aumento de escopo (mais elementos solicitados), fornecedor será remunerado.
  • Desvantagens
    • Negociações mais desgastantes no caso em que o fornecedor identificar necessidade de mais elementos para o projeto.

    Analisando essa deficiência, urge a necessidade de encontrar uma unidade que elimine o lado técnico da comunicação entre os profissionais de TI e seus clientes. E é exatamente nesse ponto que a APF toca, pois ela define objetos de contagem que independem da tecnologia utilizada para o desenvolvimento de software.